sábado, 22 de maio de 2010

Profissão Mãe

Profissão Mãe
Múltiplas funções em uma só mulher, com um só coração.

Por: Viviane Ribas

Ainda menina, embala em seus braços a boneca e canta cantiga de ninar, instinto maternal que não há igual. Sonha em logo crescer e muito mais coisas aprender. Quando jovem, sua prioridade é estudar, mas só pensa em namorar. Já adulta, quer encontrar o “príncipe encantado” e com ele ser feliz para sempre. Faz plano, quer realizar-se. E para completar, os filhos ela começa a desejar. De ideologia à realidade, verdadeiramente mãe ela se torna. Suas funções triplicam, afinal, agora, além de ser dona de casa é esposa e mãe.

Sua vida modificou, começa então uma nova jornada. Sente agora a necessidade de trabalhar fora, ajudar nas despesas domésticas e colocar sua profissão acadêmica em prática. Inicia-se aí sua quádrupla função. Não é tarefa fácil ter uma casa para cuidar, filhos para criar e trabalhar com toda força para despontar no mercado de trabalho e tornar-se uma excelente executiva.

Ao chegar em casa a noitinha, o filho quer sua ajuda na tarefa escolar, o outro chora porque está com fome, enquanto o outro pede a atenção que ela tiver. O marido a espera linda e maravilhosa para poder namorar. São todos dependentes da força e carinho desta mulher.
Ela, a mulher e mãe moderna, assumiu a pluralidade, concilia a vida profissional e tarefas domésticas, sem descer do salto. É, o velho arquétipo de mulher submissa, dependente do marido está pra lá de ultrapassado. Ela mostrou que pode ser independente, multifuncional e boa esposa ao mesmo tempo.  Sua emancipação feminina está cada vez mais intensa, deixou de ser “Amélia” para ser a boa empresária também. Mãe e mulher, que tem várias funções e é uma só, em um só coração.
  

Texto divulgado também no site Plano Feninino
http://www.planofeminino.com.br/home/oquenosqueremos_etcetal.php?mat_cod=66714

sábado, 3 de abril de 2010

De quem é a praça? De quem é a rua? De quem é a lua?


Tudo bem que a praça é do poder público, porém é do pobre, é do rico, é do público também.
Na praça é gente que vai e gente que vem. Mas na verdade não é de ninguém.
Na rua todo mundo gira, todo mundo passa. Mas ela não é minha, nem é sua também.
E a Lua? Ela é sua? Não. A Lua é do espaço que a detém.
Algo me incomodou muito quando tentei refletir e não entendi sobre o que vi na praça outro dia. Quarta feira é sempre um dia alegre, dia de sair nas ruas, dia de ir na praça, de ir na feira da lua.
Na quarta feira é dia do pobre mundo dos ricos. Ou será que é dia do rico mundo dos pobres?
Andando pela feira, deparei com um menino muito pobre, mas era tão pobre que não tinha sequer um calçado nos pés. O menino deveria que ter em torno de uns três anos de vida, mal sabia falar. Então em meio a multidão, implorava por uma migalha de pão.
Aquele menino pequeno andava pelo meio do povo, pedindo uma moeda, queria comer.
Será que aquele dia seria um rico dia para um menino pobre? Ou será que os ricos ficariam mais pobres se dessem uma esmola ao menino?
Já não sei se pobre é quem pede, ou se pobre é quem não dá o que comer a quem tem fome.
Pobre e mesquinha é a atitude de quem têm e não dá.
Será que aquele que instala uma barraquinha na praça é rico? Ou será pobre porque ali tem que trabalhar?
Será que quem passeia pela praça é rico porque tem para comprar? Ou será que quem passeia pela praça é tão pobre a ponto de ter que pedir?
Ninguém é tão pobre que não tenha algo a oferecer. E ninguém é tão rico que não precise da ajuda de alguém.
Foi de cortar o coração, quando o menino de pés no chão, no meio da multidão pediu ao rico dono da barraquinha um pedaço de pão, e aquele irmão sem a mínima noção, lhes disse não. E foi de cortar o coração quando o dono da barraquinha disse ao menino para sair dali, porque ali ele não pode ficar.
Quem instala uma barraquinha na praça, debaixo da lua, na rua, que é minha e que e é sua, não tem o direito de dizer que naquele espaço o menino não pode ficar. Esse espaço não é meu, nem seu, não é de ninguém.
De quem é a praça? De quem é rua? De quem é a lua?

“Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."(Clarice Lispector)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Desacelerar é preciso

O mundo moderno nos leva para uma vida cada vez mais acelerada. Tentamos fazer mais e mais coisas, tudo ao mesmo tempo. É o mundo da pressa, da concorrência, da velocidade e da corrida contra o relógio.
Ser rápido nos dias de hoje parece sinônimo de capacidade e prestígio em nossa cultura. Por isso torna-se difícil desacelerar, afinal, até para desacelerar temos pressa.
Você já parou para pensar em como é o seu dia a dia e como fazemos tudo muito rápido para que haja tempo suficiente para fazer o que ainda falta ser feito?
Não nos bastasse a pressa e a velocidade em fazer tudo ao mesmo tempo, ao chegar o final do dia, ainda temos a sensação que não acabamos nossas tarefas e que as horas não foram suficientes para darmos conta dos nossos afazeres.
Para economizarmos tempo, nos alimentamos mal, nos relacionamos mal, dormimos mal e temos a impressão de que ainda há trabalhos para terminar. Enfim, perde-se qualidade de vida.
Em tempos de transição evolutiva, que nos faz viver de forma acelerada, a internet com sua “blogesfera” contribui para dividir nosso tempo. Essas alternativas vieram com o propósito de “registro cotidiano de atividades” e propagar notícias, porém, é utilizado de varias formas em especial com conversas sobre nossas vidas, onde confidenciamos, divulgamos, expressamos nossos sentimentos e acima de tudo, onde dedicamos boa parte do nosso tempo. Desta forma, acabamos dando mais atenção a quem está longe de nós e deixando, muitas vezes, de dar atenção para aqueles que estão perto de nós.
A tecnologia contribui para nos deixar impacientes, intolerantes com a espera, onde queremos tudo instantâneo e que as coisas se resolvam o mais rápido possível, de preferência, “pra ontem”.
Estamos vivendo uma era de transição evolutiva muito acima da nossa capacidade de compreender. É um período que traz consigo mudanças sociais e culturais significativas, e no seu percurso carrega também uma enxurrada de informação em que é preciso muita velocidade para acompanhar tudo. Esse é o preço para não ficar de fora, não ficar para trás, ou seja, para podermos ficar conectados 24 horas por dia.
Mas será que de fato estamos conectados em toda essa transição evolutiva ou somente estamos ligados aos acometimentos, porém, desprovidos dos seus significados e complexibilidade? Ou ainda, será que estamos apenas atentos se nossa mensagem foi recebida e aceita com sucesso?
A evolução e as mudanças caminham a passos largos, ela transgride o senso comum e desafia nossa capacidade de imaginação. Neste caso, o melhor a fazer é não se precipitar e nem reagir imediatamente a essas mudanças. O melhor resultado é desacelerar, quebrar alguns protótipos para só depois acelerar de forma consciente e de forma coesa, que faça sentido.
Existe uma filosofia que está mudando a vida de muita gente e que vai contra a corrente do mundo moderno. É o “slow movement” que quer dizer, movimento devagar. É uma tendência que propõe uma grande revisão e revolução dos valores da vida contemporânea.
Portanto, não tenha medo de desacelerar. Você certamente não estará perdendo tempo. Desacelerar significa fazer tudo melhor e aproveitar mais. Você será mais saudável, mais produtivo no trabalho, mais concentrado e criativo. Porque desacelerar é fazer tudo no ritmo certo e com nexo.

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